A residência esteve integrada num conjunto de ações que visavam documentar através de imagens e testemunhos a realidade deste local que iria ser palco de uma profunda regeneração urbana, tendo em vista a reabilitação de muitos dos locais, habitacionais e sociais e por outro lado, promover a inclusão social através da arte, reforçando a auto estima da comunidade local. O foco principal era o antigo matadouro municipal onde irá crescer o Centro de Artes e Criatividade, criando uma nova centralidade naquela zona. Através do desenho iriamos dar a conhecer as pessoas, o espaço e a arquitetura local antes de se iniciarem as obras nesta zona marginal da cidade, que cresceu fruto do desenvolvimento de bairros operários de habitação coletiva que respondiam à muita procura, provocada pelo forte crescimento das indústrias instaladas junto à linha-férrea.
A Residência Artística foi feita em conjunto com o António Procópio, o nosso trabalho complementou-se, enquanto eu me ocupei do lado mais humano, desenhando e falando com as pessoas, o António registou o lado da arquitetura, o espaço, a morfologia do local. Todos os meus desenhos completam-se com os dele.
Todos os desenhos têm histórias por trás, não são apenas retratos ou desenhos de espaços, havia sempre uma história para contar sobre a sua vida ou local onde viviam, alguém que passava e metia conversa contando histórias, chamando-nos para conhecer outros sítios ou pessoas, histórias que se cruzavam.
Foi muito interessante perceber a facilidade com que chegávamos às pessoas através do desenho, como nos convidavam literalmente a entrar em suas casas, para as desenharmos e ouvir as suas histórias.
Nós fomos o veículo da sua expressão, contando-nos os seus anseios, necessidades o que esperavam sobre o que iria acontecer.
Ficam aqui os desenhos que foram feitos ao longo dos 5 dias :)
A primeira paragem foi a loja do Sr. Cuxixo, local de passagem de muita gente e onde nós também passaríamos muitas vezes para tomar um café logo de manhã.
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