terça-feira, 23 de outubro de 2018

Residência Artística em Caminha

No âmbito da iniciativa "Sketching com História", uma parceria entre a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho e os USkP, propus-me a uma residência artística numa das localidades do Alto Minho e acabei por ficar em Caminha.

Caminha é uma vila raiana linda, banhada pela foz do rio Minho e com Espanha a assomar do outro lado. Encontrei por aqui muitos peregrinos, faziam a passagem pelo Caminho Português da Costa da rota de Santiago. Fui apanhada de surpresa com o frio com que esta localidade me recebeu, e os meus desenhos demorados contribuíram para que acabasse o dia sempre gelada!
Fiquei três dias mas nem por isso desenhei muito, fiquei sempre virada para o interior da vila e demorei-me nos pormenores que os edifícios e recantos das ruas tinham para oferecer.

Na manhã do primeiro dia demorei-me um pouco a conhecer a cidade e identificar locais para desenhar.


Já quase pela hora do almoço comecei o primeiro desenho no "Largo do Terreiro", uma praça central com demasiadas esplanadas mas bonita, com muitos pontos de interesse. Aqui neste desenho ficaram registados o chafariz, com a torre do relógio e parte do edifício dos Paços do Concelho ao fundo.


Sentada num cantinho da rua direita, dediquei-me a este pequeno largo, a bonita e grandiosa árvore chamou-me a atenção fazendo uma composição interessante com o edifício ao lado. Um senhor que haveria de encontrar mais vezes disse-me que esta árvore era muito antiga, já tinha para mais de 200 anos!


Tinha visto esta pequena capela no primeiro dia e achei-a linda para desenhar, estava sempre aberta. O interior é pequeno e muito escuro, a visão demora um pouco a adaptar-se mas depois descobre-se uma imensidão de santos nos seus pequenos altares.


Remonta ao séc. XV a igreja Matriz e estava programada para a tarde do segundo dia! Aqui percebi a frase " De Espanha, nem bons ventos nem bons casamentos", nomeadamente a parte dos ventos! Desenhei-a desde o topo da muralha que a envolvia na parte frontal e levantou-se um vento frio vindo de Norte que me fustigou o tempo todo! No final recolhi-me um pouco no interior para aquecer...! Do lado direito pode-se ver a grande árvore de 200 anos!


No terceiro dia Já tinha programado desenhar uma destas ruas com uma fileira de edifícios mais antigos, eram impossíveis de contornar, com as suas fachadas repletas de azulejos e os gradeamentos trabalhados das varandas. 

Demorei-me neste desenho à sombra e o senhor que me deu a informação da árvore, insistia comigo para que fosse para o sol pois ia apanhar uma bela gripe. Foi graças a ele que apareceram aqueles dois carros pintados pois estava decidida a deixa-os em branco - "Então mas ainda vai pinta-los, não vai? Assim parecem uns buracos!" - acho que ele tinha razão :)


Ao longo dos dias fui recolhendo alguns elementos que achei mais representativos de Caminha: os trabalhos de cantaria em granito, os azulejos com uns padrões lindos e muito variados e uma série de outros elementos como as placas toponímicas ou as indicações do Caminho de Santiago.

3 comentários:

Marcelo de Deus disse...

Muito bons.

fillikir72518 disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Suzana disse...

Obrigada Marcelo :)