No âmbito da iniciativa "Sketching com História", uma parceria entre a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho e os USkP, propus-me a uma residência artística numa das localidades do Alto Minho e acabei por ficar em Caminha.
Caminha é uma vila raiana linda, banhada pela foz do rio Minho e com Espanha a assomar do outro lado. Encontrei por aqui muitos peregrinos, faziam a passagem pelo Caminho Português da Costa da rota de Santiago. Fui apanhada de surpresa com o frio com que esta localidade me recebeu, e os meus desenhos demorados contribuíram para que acabasse o dia sempre gelada!
Fiquei três dias mas nem por isso desenhei muito, fiquei sempre virada para o interior da vila e demorei-me nos pormenores que os edifícios e recantos das ruas tinham para oferecer.
Na manhã do primeiro dia demorei-me um pouco a conhecer a cidade e identificar locais para desenhar.
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Já quase pela hora do almoço comecei o primeiro desenho no "Largo do Terreiro", uma praça central com demasiadas esplanadas mas bonita, com muitos pontos de interesse. Aqui neste desenho ficaram registados o chafariz, com a torre do relógio e parte do edifício dos Paços do Concelho ao fundo.
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Sentada num cantinho da rua direita, dediquei-me a este pequeno largo, a bonita e grandiosa árvore chamou-me a atenção fazendo uma composição interessante com o edifício ao lado. Um senhor que haveria de encontrar mais vezes disse-me que esta árvore era muito antiga, já tinha para mais de 200 anos!
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Tinha visto esta pequena capela no primeiro dia e achei-a linda para desenhar, estava sempre aberta. O interior é pequeno e muito escuro, a visão demora um pouco a adaptar-se mas depois descobre-se uma imensidão de santos nos seus pequenos altares.
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Remonta ao séc. XV a igreja Matriz e estava programada para a tarde do segundo dia! Aqui percebi a frase " De Espanha, nem bons ventos nem bons casamentos", nomeadamente a parte dos ventos! Desenhei-a desde o topo da muralha que a envolvia na parte frontal e levantou-se um vento frio vindo de Norte que me fustigou o tempo todo! No final recolhi-me um pouco no interior para aquecer...! Do lado direito pode-se ver a grande árvore de 200 anos!
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No terceiro dia Já tinha programado desenhar uma destas ruas com uma fileira de edifícios mais antigos, eram impossíveis de contornar, com as suas fachadas repletas de azulejos e os gradeamentos trabalhados das varandas.
Demorei-me neste desenho à sombra e o senhor que me deu a informação da árvore, insistia comigo para que fosse para o sol pois ia apanhar uma bela gripe. Foi graças a ele que apareceram aqueles dois carros pintados pois estava decidida a deixa-os em branco - "Então mas ainda vai pinta-los, não vai? Assim parecem uns buracos!" - acho que ele tinha razão :)
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Ao longo dos dias fui recolhendo alguns elementos que achei mais representativos de Caminha: os trabalhos de cantaria em granito, os azulejos com uns padrões lindos e muito variados e uma série de outros elementos como as placas toponímicas ou as indicações do Caminho de Santiago. |
3 comentários:
Muito bons.
Obrigada Marcelo :)
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